sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Bentocapitolina
Voltei-me para ela; Capitu tinha os olhos no chão. Ergueu-os logo, devagar, e ficamos a olhar um para o outro... Confissão de crianças, tu valias bem duas ou três páginas, mas quero ser poupado. Em verdade, não falamos nada; o muro falou por nós. Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se. Não marquei a hora exata daquele gesto. Devia tê-la marcado; sinto a falta de uma nota escrita naquela mesma noite, e que eu poria aqui com os erros de ortografia que trouxesse, mas não traria nenhum, tal era a diferença entre o estudante e o adolescente. Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do amar; tinha orgias de latim e era virgem de mulheres.
Não soltamos as mãos, nem elas se deixaram cair de cansadas ou de esquecidas. Os olhos fitavam-se e desfitavam-se, e depois de vagarem ao perto, tornavam a meter-se uns pelos outros... Padre futuro, estava assim diante dela como de um altar, sendo uma das faces a Epístola e a outra o Evangelho. A boca podia ser o cálix, os lábios a patena. Faltava dizer a missa nova, por um latim que ninguém aprende e é a língua católica dos homens. Não me tenhas por sacrilégio, leitora minha devota a limpeza da intenção lava o que puder haver menos curial no estilo. Estávamos ali com o céu em nossas mãos, unindo os nervos, faziam das duas criaturas uma só, mm uma só criatura seráfica. Os olhos continuaram a dizer cousas infinitas, as palavras de boca é que nem tentavam sair, tornavam ao coração caladas como vinham... "
Trecho extraído de Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Post dedicado à Bah Favero, de Curitiba, porque sempre lembro dela quando leio o livro. Incrível como você pode lembrar de uma pessoa mesmo sem nunca ter visto ela uma única vez na vida ♥
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Tudo aqui, confuso em mim.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
A tua diversão é me escrever pra eu saber que acabou de chegar. Que passou por aqui e não quis me chamar. Bebi saudade a semana inteira pra domingo você me dizer que não sabe o que quer. E não quer mais saber. Ah, veja você, agora tem tanto pra me dizer. Ah, veja você, agora, quem tem medo de perder? Espera eu voltar pra se esconder. Esperou a semana passar, passou dizer que domingo esperou eu ligar. Mas foram tantas mentiras, foi tanta besteira. Da verdade, eu não quero saber. Já perdi tanto tempo tentando entender. Ah, veja você, agora tem tanto pra me dizer. Ah, veja você, agora, quem tem medo de perder? Ah, o que eu fui fazer. Menti pra todos que eu já sei viver. Ah, veja você. Menti pra todos que sei esquecer.
Texto de Rodrigo Esteban Tavares.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Presente.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Kevin Arnold, em Wonder Years.